quarta-feira, 14 de agosto de 2013


Há um ano, a base brasileira na Antártida Comandante Ferraz pegou fogo e se destruiu deixando dois mortos. Hoje, o lugar é reconstruído, ainda de maneira provisória. Estima-se que até o final do ano comecem as obras definitivas para criar uma maior base do país no continente.
No último dia 20, a telecomunicação local foi restabelecida.  Na semana anterior, a Justiça Militar da União em Brasília aceitou denúncia contra o primeiro-sargento da Marinha Luciano Gomes Medeiros, acusado de provocar o incêndio. Ele responderá por homicídio culposo (sem intenção de matar) dos dois militares e por dano à instalação militar. O juiz ainda acatou pedido para arquivar as apurações em relação a outros dois militares por falta de indícios de participação no crime.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o sargento Medeiros era responsável pela transferência de óleo diesel de combustão imediata entre tanques que alimentavam os geradores da base militar. Na noite do dia 25, ele deixou o posto, com a transferência em andamento, para participar da festa de despedida de uma pesquisadora.
O incêndio teria ocorrido porque a transferência de combustível não foi encerrada em tempo hábil, levando ao transbordamento dos tanques. O contato do óleo com o gerador quente foi a principal causa do incêndio. O prejuízo causado pelo incêndio foi orçado em R$ 24,6 milhões.

Reconstrução

O governo liberou R$ 40 milhões no fim de junho para a remoção dos escombros acumulados depois do incêndio e para a reconstrução da estação. Inicialmente serão instalados módulos antárticos emergenciais, para alojamento temporário do pessoal que fará o desmonte da Comandante Ferraz no verão antártico. O trabalho todo deve levar de cinco a sete anos para ser concluído.
Em janeiro, a Marinha abriu concurso para escolher o melhor projeto de arquitetura e os projetos complementares para a reconstrução da estação. As inscrições vão até março e o valor do projeto deve ficar em R$ 5 milhões. A previsão é que as obras para a nova base militar iniciem em janeiro do ano que vem. A inauguração deve ocorrer em fevereiro de 2015. O projeto total está orçado em cerca de R$ 105 milhões. 
A estação provisória, usada até que as obras sejam terminadas, terá capacidade para abrigar 65 pessoas e contará com dormitórios, banheiros, refeitórios, cozinha, laboratórios, enfermaria, geradores, estações de tratamento de esgoto e área de armazenamento de resíduos sólidos.
De acordo com a Marinha, 70% das instalações foram destruídos pelo fogo, incluindo o prédio principal, onde ficavam a parte habitável e alguns laboratórios de pesquisas. Ficaram intactos os refúgios, os laboratórios de meteorologia, química e de estudo da alta atmosfera, os tanques de combustíveis e o heliponto, que ficam separados do prédio principal. Veículos e tratores que sofreram poucos danos foram trazidos ao Brasil para reparo, os demais permaneceram no local.
"O que se perdeu de dados, que estavam nos equipamentos destruídos, foi muito pouco. Os pesquisadores mandavam os dados para o Brasil e muitos tinham back-up de tudo. Então, o trabalho não foi interrompido, já que a pesquisa científica não se restringe ao trabalho de campo", disse Janice Trotte Duha, coordenadora para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Atualmente, pesquisadores brasileiros trabalham em estações na Antártica de países parceiros como a Argentina e o Chile, assim como no navio polar Almirante Maximiano. 
 Em outubro o navio deu início à 31ª Operação Antártica (Operantar), no Continente Antártico. Foi a primeira vez que militares e pesquisadores voltam ao continente para desenvolver trabalhos na Estação.
O Brasil desenvolve, ao todo, 23 projetos de pesquisa científica na Antártica. Entre eles, de observação atmosférica, geologia, ciências biológicas, monitoramento ambiental de baleias e algas, monitoramento climático e o projeto criosfera, que se desenvolve no interior do continente. (Com Agência Brasil)
http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2013/08/13/estudo-avaliara-impacto-ambiental-das-obras-de-nova-base-na-antartica.htm

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